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Reflexões e contradições

 

O ex-prefeito de Piracicaba e atual deputado federal Mendes Thame (PSDB) defende a construção da barragem há mais de 20 anos. Ele afirma que a hidrovia tem um desenvolvimento sustentável para a região.

 

Em contrapartida, o vereador de Piracicaba Paulo Camolesi (PV) não concorda com  a construção da barragem Para ele, o progresso visado pela Aproveitamento Múltiplo de Santa Maria da Serra é interessante, mas, não é de grande necessidade. “Há uma opção mais eficiente para essa obra, que seria a construção da ferrovia” diz. Por enquanto, nenhum estudo sobre a instalação de vias férreas foi realizado.

Segundo o deputado Thame, a obra visa externalidades positivas de maneira econômica, ambiental e social. Com a hidrovia é possível desafogar o trânsito nas estradas,  diminuir a quantidade de acidentes e roubos de carga, além de reduzir  anecessidade de manutenção das rodovias e estradas, e pagamento de pedágios e combustível, o que contribui com o crescimento financeiro de Piracicaba e região. A proposta atual da hidrovia é o transporte de cana de açúcar e grãos até o porto do Paraná.


 

Para o vereador Camolesi, a extensão alagada não será bem aproveitada, devido à logística empregada no local, visto que, na prática as cargas transportadas pela hidrovia, irão até o porto de Ártemis e depois precisarão ser carregadas por caminhões, gerando o mesmo transtorno que acontecem nas rodovias e estradas.

 

Thame também coloca a melhoria na qualidade de vida e preservação ambiental, que a construção da hidrovia, causará na região. “As intervenções reduzirão, com certeza, as emissões expressivas de dióxido de carbono CO2, gás que colabora com o efeito estufa”, afirma o deputado. Ele aponta a implantação como um desenvolvimento sustentável que possibilitará a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e a migração nos animais para Piracicaba.

 

Como melhoria para a população civil, o deputado trás a geração de empregos e a conciliação entre o social e o ambiental, fazendo com que os piracicabanos possam usufruir do progresso da cidade. “Estes 45 km permitem que a Hidrovia Tietê-Paraná chegue a uma das regiões social e economicamente mais importantes do Brasil, o que poderá ter impactos positivos”, diz.
 

Camolesi diz crer nas melhorias ao curto prazo em relação à barragem, como por exemplo, a geração de empregos, mas, se diz preocupado com os danos ambientais que essa hidrovia causará na região “O maior contra seria o desmanche de algo construído pela natureza.”.
 

Outros pontos que o vereador ressalta é a mudança de vida dos moradores do Tanquã, que perderão sua identidade e seus métodos de vida, além da agressão ao habitat dos animais que vivem na região, e completa “o Tanquã abriga animais, água e pessoas que moram e cresceram no local. Trazer uma barragem mudaria não somente a paisagem, mas a vida de todos.”

 

 

Para Mendes Thame, a hidrovia é essencial para o programa do governo do Estado gerando impactos econômicos a nível nacional, uma vez que com a implantação da obra é possível aumentar a carga transportada pela hidrovia de 6 milhões de toneladas para 14 milhões, se somado com a região do circuito nobre dos grãos Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná.

 

Para Paulo Camolesi, a hidrovia é um risco para os seres humanos, fauna e flora de Piracicaba e região. O local que hoje é conhecido como o pantanal paulista, se tornará um reserva de esgoto que deteriorará todo seu entorno, “esgoto vindo de outras cidades e precipitado no rio de Piracicaba, composto por materiais pesados, irá se decantar ao chegar na barragem. Isso vai contaminar tudo o que restar de natureza na região.” Conclui Camolesi.

 

O Deputado afirma “A expectativa do governo do Estado com este investimento na hidrovia é promover equilíbrio para a matriz de transportes paulista” .

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